Embora eu tenha aprendido, na Ásia, como meditar, a resposta final para o enigma da vida não foi concedida a mim. Porém, pelo menos aprendi a contemplar os acontecimentos da vida com tranquilidade e não me deixar ser arremessado para frente e para trás pelas circunstâncias em um mar de dúvidas.
Em Sete anos no Tibet, o austríaco Harrer conta um pouco de seu caminho, iniciado ao ser feito prisioneiro de guerra na Índia, durante a segunda guerra mundial, e só finalizado após a invasão ao Tibet pelo exército comunista chinês em 1950. Fugitivos de uma série de campos, Heinrich e alguns companheiros – aqui, principalmente Peter Aufschnaiter – seguiram Tibet adentro com o objetivo de encontrar exílio no país, então neutro. Vila após vila, conhecendo pessoas, estudando a língua, fugindo de ladrões, fazendo amizade com iaques e forjando vistos, os dois amigos atravessaram o Himalaia e alcançaram Lhasa, a capital sagrada. É incrível constatar que, seis anos depois do início dessa jornada, Harrer se tornaria tutor e um grande amigo do décimo quarto Dalai Lama.
Um livro como Sete anos no Tibet, contado de forma tão simples, tão calma e apaixonada, faz reacender a vontade de viajar por aí.